A verdadeira história de João e Maria

Nas histórias mais populares, João e Maria são duas crianças (irmãos) que resolvem brincar em uma floresta densa e misteriosa, e para evitar que fiquem perdidos, eles utilizam migalhas de pão para deixarem um rastro para encontrarem o caminho de volta para casa. Apesar da ideia ser bem inteligente, não pensaram que a migalha poderia servir de alimento para alguns animais, como os pássaros. E foi o que aconteceu, os pássaros comeram todo o rastro e os irmãos acabaram perdidos no meio da floresta.
Perdidos e apavorados na escuridão da floresta, João e Maria encontram uma luz e correm até o local e se deparam com uma casa diferente, uma casa cheio de doces e guloseimas para saciarem sua fome. Como dizem o ditado: "quando a esmola é demais, o santo desconfia", uma bruxa má aparece e os sequestram.
A bruxa mantém João preso em uma gaiola, alimentando-o constantemente para que engorde e posteriormente sirva como comida para bruxa, enquanto isso, Maria era obrigada a trabalhar para depois ser engordada e devorada também.
Porém, o plano da bruxa viria água abaixo, pois as crianças espertas, descobriram o plano da bruxa e em um momento de descuido da bruxa, aproveitam a oportunidade para fugirem, jogando a bruxa no forno quente, ardendo em brasas.

Na versão dos Irmãos Grimm do século XIX, a história já começa mais trágica, pois as crianças não ficaram perdidas na floresta porque estavam brincando, nessa versão elas foram abandonadas pela própria mãe no meio da floresta, pois a família não tinha condições de criarem os filhos.

Já a verdadeira história, datada nos meados da Idade Média, a história retratava a vida difícil dessa época. Para os vassalos e escravos, a fome e a escassez de comida era muito comum. Devido a essa situação, o homicídio de crianças e o abandono, por incrível que pareça, também eram práticas muito comuns.
A bruxa em si, nunca existiu, a realidade é que o papel da bruxa se associa com o papel de alguns pais daquela época. Pois tais pais, se propuseram a sacrificar ou abandonar seus próprios filhos para evitar a fome ou apenas se alimentarem melhor.